Entregou-se o militar da GNR que se barricou no posto da Guarda de Felgueiras

O militar barricou-se no posto de Felgueiras pelas três da tarde de ontem, mas acabou por se entregar esta quarta-feira após negociações. Está condenado a 13 anos de prisão por burla.

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Foto: Nuno Patrício - RTP

O militar que estava barricado no posto de Felgueiras, e que pretendia evitar o cumprimento do mandado de condução à cadeia, acabou por se entregar durante a madrugada após negociações.

Este elemento da Guarda barricou-se ao início da tarde desta terça-feira no interior do posto da GNR de Felgueiras.

O militar entregou-se à GNR pelas 7:40, confirmou à agência Lusa fonte policial, devendo agora ser conduzido à cadeia de Tomar.

A mesma fonte policial acrescentou hoje à Lusa que o militar da GNR entregou-se na sequência do trabalho da equipa de negociadores, acrescentando que o mesmo se encontra bem e que na sua posse tinha uma arma que não a de serviço.
O militar, colocado à data das burlas no posto da GNR de Fafe, tem 13 anos de cadeia para cumprir por instigar um esquema de burlas superiores a 400 mil euros, que lhe permitiu ter uma vida de luxo, juntamente com a mulher, que era auditora de justiça e futura juíza.

Está atualmente colocado no posto de Felgueiras, enquanto aguarda o desfecho de recursos pendentes.

Em novembro de 2022, o Tribunal de Guimarães (tribunal de primeira instância) condenou o arguido por dezenas de crimes de instigação de burla qualificada e por branqueamento de capitais, aplicando-lhe, em cúmulo jurídico, a pena única de 13 anos de cadeia, assim como a proibição do exercício de funções de GNR por um período de cinco anos.

Após recursos, a pena viria a ser confirmada, primeiro, em junho de 2024, pelo Tribunal da Relação de Guimarães, e em março deste ano, pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Na acusação, o Ministério Público (MP) sustentava que o esquema passou por o pai do GNR, "muito conhecido, considerado e com boa reputação na sua área de residência, acolitado pela sua mulher sempre que necessário, pedir dinheiro emprestado a pessoas que nele confiavam, geralmente pessoas de idade, enganando-as com uma simulada situação de urgência e aflição".

Segundo o MP, através deste esquema de burlas, conseguiram mais de 400 mil euros, os quais permitiram uma vida de luxo ao filho (GNR) e à mulher, auditora de justiça.

Em relação à esposa do militar da GNR, o STJ manteve a pena suspensa de quatro anos e meio a que tinha sido condenada por branqueamento.

Os pais do militar da GNR também foram condenados.

c/ Lusa
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